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23 de maio de 2011

um punhado de nada


Sou egoísta sim, a felicidade estampada no rosto de todos me agonia, quero roubá-la, pelo menos um pouco.

Todos andam sorrindo e cantando embaixo de qualquer tempestade, não existe motivo que os faça parar, eu quero roubar também essa força.
Caminhando ou parados, sonhando ou acordados, enlouquecendo ou caindo na rotina, tudo parece ter graça pra eles, não para mim.

Seria mentira se eu dissesse que a tristeza corrói tudo que eu tenho por dentro, pois dessa fase eu já passei, já está tudo corroído, já não sinto mais nada, só um certo vazio que me deixa sem rumo e sem inspiração, um vazio que me levou tudo, do mais sólido ao mais frágil, do chão ao céu, das estrelas às ondas, absolutamente tudo fora tirado de mim.

Eu só quero continuar, tentar ao máximo não desviar do caminho, seja qual for ele, quero ter forças para acordar amanhã de manhã e levantar da cama, quero olhar pro rosto de pessoas que me desejam o mau e conseguir sorrir, quero apenas continuar, continuar andando sem rumo e com um punhado de nada nas mãos.

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