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24 de setembro de 2011

15 de agosto de 2011

Passagem para uma vida nova


Eu quis acreditar, eu tentei mais do que qualquer outra coisa, eu fingia dar ouvidos à minha mente que dizia  "Se a vida te bate é porque você é forte para aguentar firme e revidar".
Eu quis descobrir o porquê de apesar de dizer todos os dias que 'não aguentava mais' eu continuava de pé, com os olhos abertos a cada manhã.
Eu procurei meu ponto forte e investi nele todas as minhas últimas moedas, cada gota de fé que ainda  padecia sob o meu corpo foi depositada em alguma espécie de esperança que não fazia o menor sentido e não tinha probabilidade alguma de dar certo.
E depois de levar murros, bater a cabeça, pisar em cacos de vidro e de ser pisada, eu consegui o que parecia impossível, eu enxerguei - apesar da miopia - uma luz no fim do túnel. E não, não era a passagem para o paraíso, ou pelo menos não exatamente, mas era a passagem para uma vida nova.
O que eu quero dizer é: podem me bater, eu continuarei aqui, cheia de hematomas e feridas profundas em busca da felicidade, querendo alcançar coisas novas, querendo viver tudo sem perder nada e sem me arrepender de nada, porque você pode lamentar o quanto for, mas nunca terá uma segunda chance.

3 de agosto de 2011

Vento no Litoral



Dos nossos planos é que tenho mais saudade, quando olhávamos juntos na mesma direção. Aonde está você agora alem de aqui dentro de mim...
Agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou, vai ser difícil sem você, porque você esta comigo o tempo todo. E quando vejo o mar, existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem. Já que você não está aqui, o que posso fazer é cuidar de mim. Quero ser feliz, ao menos. Lembra que o plano era ficarmos bem?


(Legião Urbana - Vento no Litoral)

28 de julho de 2011

Fomos roubados

Eu tenho uma grande dor no peito, incurável, mas que às vezes adormece e esse período de descanso é o que me faz juntar forças que são tiradas de mim no período de angústia.
E é em cada amanhecer e em cada pôr-do-sol que eu me sinto menos viva, eu sinto que estou deixando a vida passar sem fazer nada de marcante ou sem ao menos tentar impedir que ela fuja tão depressa por entre os meus dedos.
Eu queria mudar o mundo, mas a corajem me fora roubada, hoje em dia me contento em sorrir mais uma vez e quem sabe assim juntar forças para botar a dor para dormir de novo.
Está tudo fora do controle, ninguém mais consegue ver brilho nos olhos do "eu" que cada um enxerga no espelho. Fomos roubados! Levaram tudo, desde o fôlego à esperança, levaram também toda a nossa vontade de continuar tentando sorrir ou simplesmente de tentar não chorar, levaram toda a empolgação que tínhamos ao ver um dia lindo pela janela, e até mesmo a vontade de reconquistar tudo que nos fora tirado sem uma gota de piedade.


P.S: MIIIIL perdões por o blog estar tão parado, mas eu mudei de casa - e cidade - e estou sem internet e não posso ficar andando sozinha pra procurar lan houses. 
P.S 2: O post está sem foto,porque eu não estou em casa e o computador não ajudou.

20 de julho de 2011

Curta: Eu Não Quero Voltar Sozinho



Eu vi esse curta há algum tempo, passeando pela internet de madrugada e como estou sem tempo para escrever resolvi tirar o blog do ócio postando ele. É realmente muito bom.

18 de julho de 2011

Segredos de Caio


Mas eu nunca deixei de ser sua, mesmo durante todo esse tempo. Mesmo durante todas as outras coisas. Mas respeito que você agora tenha a sua vida, e não cobro que você diga que é meu, ou que então eu sou sua. Se você diz que é, então acredito que seja e nada mais. Eu não quero fazer as cobranças que fazia antigamente. Como sempre quis que dissesse que éramos quando já éramos, ou mesmo quando não éramos nada.


Caio Fernando de Abreu

8 de julho de 2011

Conto Futuro


Claro que eu queria, que de todos os problemas você me protegesse, que o dragão fosse morto pela tua espada, mas sem violência por favor, apenas no sentido figurado.
O cavalo estaria lá, e nós iríamos sem demora para o nosso final feliz, mas antes disso venceríamos bruxas más, - também existem as boas - e nunca esqueceríamos como foi o primeiro beijo.
As brigas por ciúme bobo de apaixonado viriam, mas depois de três minutos estaríamos abraçados em meio à grama, e olharíamos o céu e as borboletas passariam voando como nossos sonhos.
Ah, aquelas flores que nos meus sonhos você costuma me dar, elas são tão lindas, ou melhor, seríam tão lindas, coloridas e cheirosas, mas não vinham em buquês, e sim em vasos, plantadas, pois de nada adianta matá-las para depois entregá-las, as jóias, que não são ouro nem prata, são três das principais: Amor, carinho e paz.
Mas por enquanto, tudo que eu tenho são os olhares e os sorrisos, que são a parte mais divertida do conto de fadas, junto com o que vem depois, que acontecerá aos poucos, assim é mais interessante.

29 de junho de 2011

A valsa de Alice



Para ouvir enquanto lê: Yann Tiersen - La Valse D'amelie

 Um dia normal, uma garota normal, a chuva caindo, o céu nublado, mas vamos esquecer de tudo isso, e se eu te dissesse que ela não acredita no para sempre?
Pois é, mas sem melancolia, por favor, é só uma arma que ela escolheu e se quer saber ela vive muito bem assim.
Ela tem uma rotina bem planejada, caminha de manhã, antes da escola, ouve músicas à tarde, tem uma agenda com os filmes que quer assistir até o fim do ano, uma tabela de sabores exóticos de chocolate que quer provar e algumas – muitas – horas dedicadas à leitura.
Num dos dias normais, numa das caminhadas matinais, ela conheceu Felippe, um jovem de vinte-e-poucos anos, com cabelos caídos nos olhos e bagunçados, com uma expressão de confusão que é muito atraente à garotas que tem os olhos como os dela.
Se eu te dissesse que foi amor à primeira vista eu estaria mentindo feio, foi só atração, uma atração bem forte.
Ele virou seu anjo da guarda, como ela dizia, mas era uma relação sem amor, pelo menos do ponto de vista dela, eles corriam matinalmente, comiam chocolates exóticos todo o fim de semana, assistiam filmes de produções alternativas todo o fim de tarde e trocavam caixas de livros de contos periodicamente.
As coisas não se desgastavam, ela foi enjoando disso, ele resolvia os problemas dela, emprestava-lhe o casaco em dias de chuva, chamava-a de “minha”, gostava de tirar fotos, e toda aquela melação descontrolada foi cansando Alice, que de uns tempos para cá só o procurava em caso de precisar de ajuda pra resolver alguma coisa.
Ela começou a alegar cansaço às manhãs, tinha provas de mais nesse final de bimestre, tinha dois livros para terminar de ler, uma vida inteira pra viver, viagens a fazer... e não haveria mais tempo para ele na sua agenda, que pena, que pena.

Ele agüentou tudo numa boa, pelo menos superficialmente, e agora ele era do tipo de pessoas que não amava, assim como ela.
Na maioria do tempo ela não precisava de ninguém, lidava bem com a solidão, gostava de observar o nascer do sol nos dias frios, com uma xícara de qualquer coisa bem quente entre os dedos, apenas bem de vez em quando batia uma saudade de ter à quem correr quando acontecesse alguma coisa, quando o mundo estivesse caindo em  gotas de água e ela estivesse desprevenidamente sem guarda-chuva, mas no fim das contas era bom, ela nem se lembrava mais de quando tivera o coração levado, mas não doía mais, a vida dela fluía como uma linda valsa .

28 de junho de 2011

Tempos Passados


Há tempos venho percebendo que tenho pequenas angústias que somadas à outras e multiplicadas pelo tempo tornam-se grandes. E tenho pequenos prazeres que cultivados com paciência se tornaram um prazeroso modo de levar a vida: vendo pores-do-sol, tomando xícaras de café e me deliciando com vinis encontrados em lugares empoeirados.
Há um pouco menos tempo estou parada numa lanchonete olhando a chuva escorrer pelos vidros da janela e imaginando...
 – Com açúcar, senhorita? – Meus pensamentos foram brevemente interrompidos.
 – Sem, por favor, e bem forte.
Continuando o que eu dizia anteriormente, eu estava a imaginar como estaria agora aquele meu amigo de tempos passados, que locava filmes chatíssimos e fazia um cappuccino doce-de-mais e que prometera nunca me deixar e bem... me deixou, num dos piores momentos que poderia ter escolhido para isso.
Ele fora cuidar da sua própria vida, "correr atrás dos sonhos", como ele disse, e quando se olha muito à frente existe a tendência de esquecer quem está ao seu lado.
E eu vou fazer o mesmo, esquecendo a parte de esquecer quem está ao meu lado e indo direto à parte de "correr atrás dos sonhos".
Para isso ando escrevendo mais, alguns contos sem pé nem cabeça, ando ignorando mais as críticas e os elogios, ando correndo,  na verdade, correndo do frio, da chuva que deixa meus olhos confundíveis com os de um panda, do vendo que deixa meus cabelos indescrivelmente bagunçados, e assim chego em casa e ouço o ronronar da minha gata malhada enquanto assisto um filme interessantíssimo com um cappuccino delicioso e unhas vermelhas  – que parei de roer.
Tento fazer isso depressa de mais, depressa o bastante para publicar meu livro de contos, mandar minhas críticas de filmes à um site importante, de ver o nascimento dos filhotinhos da Maggie – a gata malhada – mas principalmente, rápido o bastante para esperar ele, o meu amigo de tempos passados, que foi correr atrás de sonhos e deve voltar cheio de histórias para contar, ele deve trazer uma lembrancinha, que não-é-nada-de-mais-é-só-uma-lembrancinha, mas que significa muito, ele deve vir com os olhos brilhando, com planos de ir a aquela turnê mundial daquela banda que nós tanto planejamos, ele há de voltar pois os amigos, os bons amigos, eles sempre voltam e ficam mais tempo do que o esperado hospedados no sofá da sua sala ocupando espaço de mais nos cômodos da sua alma.

27 de junho de 2011

Aqui ou na China, a gente se encontra.


Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural — se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz — a única que pintou até agora, “nesta minha vida de retinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito. Tô morando, trabalhando, estudando e amando. Esses são os quatro foles da minha vida, no momento, e sobre cada um deles eu teria milhares de páginas a preencher.

(Caio F.)