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12 de dezembro de 2010

Conto: Sobre um coração. II




Ele estava lá, de coração, portas e braços abertos, como sempre.
Ela começou a chorar, ele imaginava o porquê, ele tinha raiva do que aquele cara conseguia fazer com ela, ela nunca se apaixonava, a não ser por ele, ela nunca chorava, a não ser por ele.
Eram dois corações, um pulsava forte, outro estava parando, um de raiva, um por não conseguir mais bater, acho que vocês podem imaginar qual é o de quem.
A blusa dele estava cheia de lágrimas, ele apenas à segurou, ela não conseguia falar coisa com coisa, provavelmente pela bebida, ele estava com uma louca  vontade de quebrar a cara do homem que ousava fazer isso com a sua princesinha, ela sempre foi chamada assim por ele, princesa, maninha, amor, esse tipo de coisa.
Em uma hora, ela parou de chorar, mas continuou deitada sobre o seu ombro,  ele percebeu que ela estava dormindo e à colocou deitada no sofá, se fosse qualquer outro menino certamente teria se aproveitado de uma garota bebada indefeza, mas não era qualquer outro garoto, era ele, o seu anjo da guarda.
Ele levantou, ligou pra mãe dela e disse que ela estava lá, eles iriam para um barzinho, a mãe dela concordou, ela confiava nele.
Ninguém imagina o quanto ele à amava, e o quanto ele se odiava por à amar, ninguém imagina, eles eram feitos um pro outro, ele sabia disso, ela não, ele não iria falar com ela, não tinha a menor vontade de estragar tudo, namoros acabam, amisades não, às vezes ele deixava escapar elogios de mais, ciúmes de mais, ela percebia, mas enganava à si mesma e dizia "Ele é meu melhor amigo, irmão praticamente", ela sabia que ele não pensava assim, ela fingia que estava tudo bem, mas não estava.

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